Customização e preparação torna o modelo único, que ultrapassa os 280km/h

Texto: Johnny Inselsperger
Fotos: Osvaldo Furiatto Jr.

Para quem já atingiu o sonho de ter uma moto Harley-Davidson, o desejo passa, quase sempre, a ser e customização modelo e a preparação do motor, que pode chegar a 2.200cc.

Geralmente, quem compra um modelo da marca americana, que completa 110 anos em 2013, sonha em ter uma moto única e, na maioria das vezes, tudo começa pelo escapamento e o guidão.

Foi assim com o industrial Albano Pegorari Neto, de Itapira (SP), que tem uma Fat Boy há três anos. “Quando comprei, ela desceu da picape na oficina para trocar a ponteira do escapamento.”

Agora Bani, como é conhecido, resolveu radicalizar com modificação na pintura, acessórios e a melhora no desempenho do motor. Sem precisar ir até São Paulo, o sonho foi concretizado por Paulinho Henn, de Campinas (SP), que se especializou em Harleys.

Para a preparação dos motores, o mecânico customizador investiu em equipamentos, inclusive adquirindo um dos dinamômetros mais modernos do País, desmontador de pneus, balanceador, além de muitos treinamentos.

“Desde os 14 anos modificava minha Yamaha Jog e fiz uma que andava mais que Honda Biz. Em 2010 comprei minha Harley Davidson (HD) Fat Low e fui conhecendo esse mundo. Hoje tenho equipamentos que ninguém tem e também o suporte de um amigo de São Paulo que trabalha com isso há 20 anos. Sem contar que a Harley tem esse conceito de fazer em casa. Por isso, tudo vem muito bem explicado”, disse Paulinho.

Um dos pontos fortes de Paulinho é a preparação de motores. Um motor original da Fat Boy de 1.600cc pode chegar até 2.200cc. “Isso faz a moto chegar aos 293km/h e nem as superesportivas acompanham na arrancada. Além disso, após as alterações, a moto melhora a emissão de calor e a marcha lenta fica mais semelhante as carburadas, que dá aquele ronco inconfundível”.

Já sobre a fama dos motores de Harley apresentarem muitos defeitos, Paulinho é enfático: “O motor é muito confiável. Tem muita lenda nessa história. O problema é que tem muita gente que não sabe trabalhar.”

Ele revela que participava de encontros e os donos de Harleys começaram a admirar sua Fat Low modificada. Logo alguns proprietários começaram a pedir projetos para suas próprias motos. “A divulgação é boca a boca e pelas redes sociais.”

Paulinho Henn optou por se especializar na HD por ser um mercado que dá retorno. “Ela é muito pessoal. Se pintar de rosa, vai ficar legal. Você faz a customização de uma Harley e ela valoriza. Isso não acontece com motos de outras marcas”, afirma.

Planejamento

Tudo começa no computador. Além do visual tem também as alterações de motor para melhorar a performance, aumentando a potência.

Durante a transformação dos modelos, a maior parte das peças e partes vem do exterior. Por isso, o trabalho pode variar de um mês até um ano. Tem muitas alterações pequenas. A primeira coisa é trocar o escapamento e depois mexer no visual. E isso vai desde os clientes mais tímidos que colocam um sissybar (encosto para o garupa), alforges (bolsas) até os mais radicais que fazem preparações especiais no motor. “Depende muito da grana do cliente”.

Quem pode chega a gastar mais de R$ 100 mil. “Tem roda de U$ 2 mil (cerca de R$ 4 mil). A HD começa a se tornar um estilo de vida.”

Moda

Paulinho revela que é bastante procurado para rebaixar a suspensão da motocicleta e que a moda atual é a caveira da Skull . “Mas é tudo muito pessoal”.

Sonho sem fim

Mesmo após tantas moficações no visual e no motor da Fat Boy, Bani não pensa em parar de “mexer” na sua moto. “A Harley-Davidson é como um álbum de figurinhas. Você compra e vai preenchendo. Nos Estados Unidos todas são customizadas. A própria Tennessee (concessionária de Campinas) está customizando motos para venda. Bani lembra que padeceu com a expectativa e ansiedade durante o mês que aguardou pelas mudanças. “Valeu a pena, mas é uma coisa que nunca tem fim”.

Posted 18/12/2012

http://www.testrider.com.br/2012/12/18/uma-harley-davidson-inconfundivel/